Inicio > Para Patrick Leonard, o sucesso não está em ganhar um bracelete

“Antes eu queria que todo mundo achasse que eu era o melhor. Mas eu sabia que não era. Hoje isso já não me importa”, diz Patrick Leonard Flag of Reino Unido, ao lembrar seus primeiros anos no poker, em entrevista ao podcast Olga Poker.

Sua obsessão por ser reconhecido o levou ao topo do ranking do PocketFives mais de uma vez. Mas, com o tempo, ele entendeu que o mais valioso não era o reconhecimento externo, mas algo mais profundo: construir uma carreira duradoura no poker. “O sucesso não é um troféu. É seguir no poker por 20 anos, amando o jogo e tendo saúde mental”.

Leonard admite que nunca foi um talento natural para a teoria ou o cálculo. “Não sou superinteligente, nem bom em matemática. Se alguém demora 30 minutos para fazer alguma coisa, eu demoro cinco horas. Mas faço da mesma forma”. Essa diferença o levou a trabalhar mais que ninguém.

Patrick Leonard participou do podcast Olga Poker.

Como ter uma carreira longa no poker

Seu sucesso, segundo ele, não veio por ele ser um gênio, mas da repetição, de fazer sacrifícios e da dedicação constante em melhorar a cada dia. Hoje, Patrick diz que não busca mais aprovação dos outros, e sim consistência, equilíbrio pessoal e sustentabilidade. “Hoje, o sucesso não é ganhar um bracelete. É continuar aqui por mais dez ou vinte anos e ainda amar o que eu faço”.

Durante as séries — online ou ao vivo — Leonard adota rotinas quase inquebrantáveis. Usa a mesma roupa se teve um bom dia (“tenho mais de 30 moletons iguais”), escuta a mesma playlist todos os dias (“mesmo set de DJ, ouço 5 vezes por sessão”) e bebe as mesmas bebidas na mesma ordem. Parece superstição, mas não é. “É para evitar ter que tomar decisões fora do poker. Assim minha mente fica 100% focada”.

Ele também treina antes das séries usando alarmes para simular os intervalos. “É o meu jeito de preparar corpo e mente. Parece estranho, mas funciona”.

Mais do que qualquer teoria, hoje ele valoriza a estabilidade emocional. “Tem mãos que mudam sua vida. Você pode fazer tudo certo por um ano, mas se perde um flip por 100bb no Main Event, acaba com tudo. Por isso eu prefiro não basear meu sucesso nisso”.

Críticas às reentradas, ao ego e aos embaixadores silenciosos

Um dos momentos mais fortes do podcast foi sua crítica ao sistema atual de reentradas. Ele não é contra a prática, mas condena o uso estrutural. “Entrar com 10bb no fim do torneio arruína a experiência de quem começou com 300bb querendo jogar flops”.

Segundo ele, isso transforma o ambiente em algo push/fold, nada recreativo, e muitos profissionais se aproveitam com uma abordagem puramente exploratória. “Você não deveria ser punido por chegar no horário e jogar desde o início”, disse. Patrick sugere limitar o registro tardio a stacks mais profundos (pelo menos 40bb) para evitar esse desequilíbrio. “Hoje tem gente que reentra só para a mínima premiação. Isso mata o espírito do torneio”.

Como embaixador da CoinPoker, Leonard é direto: sua lealdade é com os jogadores. “Eu represento a comunidade, não a empresa. Se a CoinPoker falhar, eu vou me posicionar. Não vou me calar”. “Não quero ser só alguém com um patch que viaja. Quero trabalhar para melhorar a experiência dos jogadores”.

Ele também refletiu sobre sua antiga necessidade de validação. Durante anos, queria que o vissem como o melhor. Mas essa pressão o esgotou. Hoje, isso não faz mais sentido. “Tem muito jogador ruim ganhando torneio todo dia. Ganhar não te faz bom. O difícil é durar”.

E embora diga que ainda ama o jogo, Patrick se prepara para os momentos ruins: “Nada é sempre bom. Toda relação, todo projeto tem fases ruins. Mas se você aguenta, se se prepara, você continua”. “Não quero que digam que eu sou o melhor. Quero estar aqui aos 50 anos, tranquilo, jogando e me divertindo”.

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