O auge da inteligência artificial tem levado a uma pergunta inevitável entre os jogadores: é possível jogar online com a certeza de que estamos competindo de forma justa? No podcast The War On AI Bots, o reconhecido entrevistador Joey Ingram conversou com Thanh Tran e John Andress , líderes do A5 Labs, a empresa por trás da segurança de sites como ClubeWPT Gold e WPT Global. O que eles revelaram é tão complexo quanto animador.

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Tran e Andress não são simples engenheiros, eles são apaixonados pelo poker com experiência em partidas de alto nível e no desenvolvimento de tecnologia avançada no Vale do Silício. Há mais de seis anos, sua equipe tem se dedicado a combater bots, RTA (real-time assistance) e a criação de contas em massa que ameaçam destruir a integridade do poker online.

Para isso, a solução não é simples, mas clara: combater a detecção contextual com análise de jogo baseada em dados. “Temos nossas próprias IA e solvers. Criamos assinaturas de bots, assinaturas GTO e padrões de exploração que nos permitem distinguir jogadores humanos e perfis automatizados”, explicou Tran.

Como os bots são detectados?

O A5 Labs emprega duas grandes frentes:

• Detecção contextual
  Rastreia-se o ambiente digital do jogador, desde processos em segundo plano até comportamentos suspeitos no sistema. Este método é mais invasivo, e por isso oferecem alternativas mais brandas.
• Detecção por gameplay
  Estudam como cada usuário joga, analisando decisões, tempos de reação e padrões estratégicos. “Nós, humanos, somos imprevisíveis. Os bots, até mesmo os melhores, tendem a ser muito consistentes”, comentou Andress.

Graças a esta combinação, afirmam ter uma das soluções mais avançadas do mercado. “Não se trata de apenas banir bots. O objetivo é construir um ecossistema justo e sustentável no qual os jogadores sintam que podem ganhar legitimamente”, asseguraram.

Os especialistas não usam meias palavras: “Sim, há bots operando em sites de poker online”. Segundo Tran, o verdadeiro problema não são os solvers avançados, nem jogadores profissionais que buscam uma pequena vantagem, mas as organizações que operam redes de bots em grande escala com fins exclusivamente lucrativos.

“A maioria dos bots que existem não são GTO. São configurações feitas por jogadores experientes que exploram grupos de jogadores específicos. Ganham dinheiro porque jogam melhor que muitos regulares”, assinalou Andress.

E mesmo que alguns operadores escolham outras opções, o A5 Labs aposta no contrário: oferecer ferramentas aos sites que queiram proteger sua comunidade.

Transparência e confiança: as chaves do futuro

Um ponto importante que resgataram é a necessidade de gerar confiança. Para isso, propõem maior transparência no manejo de contas suspeitas, auditorias com jogadores profissionais e, no futuro, até mesmo expor certas métricas para que os usuários possam saber por que alguém foi classificado como infrator.

“O poker é uma experiência humana. Não se trata apenas de solvers ou teoria de jogo. É ler emoções, interpretar padrões, explorar tendências. E, assim, os humanos ainda estão em vantagem”, concluiu Tran.

Enquanto o debate segue em aberto, o trabalho do A5 Labs oferece uma luz no fim do túnel. Para aqueles que ainda acreditam no “poker dream”, esta batalha tecnológica é fundamental para que o sonho siga sendo possível.